Como tornar a tecnologia divertida de novo?
Sonhamos por anos em ter algum instrumento dopaminérgico prático, que coubesse no bolso, para nos livrar do tédio, alguma minitelevisão portátil, sei lá! Agora que o temos, nunca mais teremos tédio, temos ansiedade coletiva.
Estou vendo aqui algumas propagandas de notebooks dos anos 90, 2000, 2010... Não me recordo de como era a usabilidade (deveria ser péssima!), mas lembro de como cada minuto em frente ao computador era precioso e deveria ser aproveitado ao máximo, até que algum parente fosse lhe tirar dali para abrir alguma sala de bate-papo ou fazer uma vídeo-chamada a mais pixelada possível.
A tecnologia eletrônica era divertida. Não era o protagonista de nossos dias, como o é hoje; era um convidado ― por isso era legal conviver com ela. Estaríamos com ela pela manhã, e talvez não a veríamos mais pela noite. Hoje a tela está estampado em todos os lugares, é a topmodel, é sobre quem mais se fala.
Acho que parte da estratégia de tentar tornar a tecnologia divertida passa pela ideia de torná-la um evento no cotidiano analógico: a hora de abrir o feed, a hora de ouvir um podcast, a hora de ler um livro digital. É o que tenho tentado fazer.
E você, o que tem feito para tornar a tecnologia divertida de novo?
@batepapo@lemmy.eco.br
@arlon @batepapo Uma coisa que tenho feito é sempre ouvir um áudio livro no celular enquanto pinto. Tira um pouco do estresse de sentar para trabalhar e ao mesmo tempo cria espectativa.
Outra coisa não relacionada especificamente a celular, mas a consumo de mídia: assistir apenas um episódio de determinada série por dia. Não importa quanto tempo tenho disponível, só posso assistir um.
@uma_mocinha@ayom.media @batepapo@lemmy.eco.br
Sabe que isso tem sido uma tendência? Ouvi no programa do antropólogo Michel Alcoforado na rádio CBN que a geração mais nova está ouvindo mais áudio (rádio, podcast, áudio-livro) como uma forma de fugir das redes sociais. Graças a Deus descobri isso muito cedo, quando estava sem internet aqui em casa e passei a ouvir rádio para me manter informado enquanto não achava um bom pacote.
Same here. Ainda fui mais radical e passei a assistir algumas séries só uma vez na semana. Até porque foi nesse ritmo que algumas delas foram concebidas, né?
@arlon @uma_mocinha @batepapo pra mim o áudio tem funcionado pra fins de aprendizagem. Baixo palestras em áudio e escuto durante minha corrida diária.
Até sugeri que criássemos de Áudio teses e dissertações, talvez fazer áudios de artigos científicos.
Tem um elemento ruim de performance e otimização do tempo, mas parece menos pior que vídeos, principalmente os conteúdos aligeirados da internet.